DIREITO À INFORMAÇÃO
A terceira turma recursal
dos Juizados Especiais do Distrito Federal, na Apelação Cível 20110710210479,
decretou improvido o Recurso do deputado Benedito Domingos, do Distrito
Federal, que acusara jornalistas que narraram fatos envolvendo o referido Deputado.
Os juízes consideraram os fatos narrados, de interesse público e com nítido
objetivo de informar os leitores, em absoluta conformidade com o art. 220 da
Constituição Federal. O tom de crítica ou de ironia da matéria publicada se
insere na liberdade de imprensa, que se deve garantir como um dos valores mais
caros à Democracia Brasileira.
Foi
clara a intenção de informar os leitores sobre matéria de interesse público que
se reporta ao tema legalidade e moralidade pública, sem dolo específico de
ofender a honra do agente político e de sua família.
Ressalte-se
que o servidor público ou o agente político de qualquer um dos poderes da
república, está naturalmente sujeito a críticas que digam respeito ao exercício
de sua função pública, que por ser pública é e deve ser diuturnamente valorada
pela sociedade, que legitimamente lhe exige adequação aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, tal como
dispõe o art. 37 da Constituição federal. É o que diz o “venerando”, como dizem
os advogados, acórdão.
Que
fiquem antenados os políticos e servidores públicos de meia pataca, quanto a
imunidade às críticas que pretensamente tentam auferir. Na verdade, casos
judiciais que redundaram em acordos sem expressão, fazem parte do desinteresse
dos réus em prosseguir com as rusgas.
SALVADORES
DA PÁTRIA
A
história conta uma gama de pregadores da moral e bons costumes, que depois de
aparecer publicamente como salvadores da pátria acabaram caindo na vala comum.
Destes,
salvo melhor juízo, só se salvou Jesus Cristo, a quem até hoje ninguém foi
capaz de pedir seu impeachment.
Do
passado, Janio Quadros, o homem da vassoura, apareceu como salvador. Pretendia varrer
a corrupção e a falta de eficiência. Chegou a passar inseticida na cadeira de
prefeito de São Paulo. Na república, sua maior obra foi proibir as rinhas de
galo. Renunciou com menos de sete meses de governo.
Fernando
Collor, o caçador de marajás, foi “cassado” pela corrupção. Ambos deixaram o
País à deriva. O primeiro entregando-o aos militares e o segundo ao
inconseqüente Itamar Franco. Depois dos salvamentos, foram vítimas de suas
próprias pregações e como castigo foram condenados ao ostracismo.
SALVADORES
DA MORALIDADE
Mais
recentemente, Eduardo Cunha candidatou-se a salvador. Fez-se presidente da
Câmara distribuindo benesses e prometendo acabar com o governo do PT. Como
recompensa foi pego com a boca na botija, com contas secretas e polpudos
depósitos em dólares na Suíça. As investigações descobriram que o incauto
salvador teria utilizado o mesmo banco onde outros corruptos mantinham
depósitos.
O
último salvador chama-se Augusto Nardes, do tribunal de Contas da União, que
também quer acabar com o governo do PT. Quebra de sigilo bancário, telefonemas
e e-mails de empresa investigada na operação ZELOTES, apontam Nardes como
beneficiado em anulação fraudulenta de dívida fiscal da RBS.
No
material já recolhido há indícios que apontam Nardes como destinatário de
pagamentos de aproximadamente 1,8 milhões de Reais, divididos em três parcelas
de 600 mil.
Os
repasses teriam origem na SGR, empresa de consultoria onde Nardes tem um filho
como sócio, e seriam uma espécie de comissão por colaborar no sumiço de 150
milhões em dívidas da RBS junto ao fisco federal. Nardes teria usado sua influência
em Brasília e no seu antigo partido, o PP, para ajudar a RBS. Nardes é de uma
pequana cidade gaúcha, Santo Angelo.
MAIS
PERTO
Bem mais perto existem os
salvadores dos municípios que para chegar ao poder prometem o impossível. Ao
perceber que não conseguem cumprir as promessas, buscam nos antecessores a
responsabilidade pelo fracasso. O resultado, numa espécie de delação premiada
tupiniquim, acaba de sair das prateleiras do fórum, onde os últimos três
prefeitos e alguns de seus assessores foram condenados, com direito a recurso, por
atos de improbidade administrativa, prevaricação e outras fraudes que causaram
prejuízos ao erário.
ESTÁ
NA HORA
Realmente,
está mais que na hora de endireitar o Brasil e isso não se consegue depurando
Brasília. Os governos precisam aprender a propor orçamentos reais. Copiar o
anterior indexando-o simplesmente não funciona mais. É preciso também que as
pessoas, o povo, aprendam a não transformar o governo em provedor único e total
de tudo, desde o alimento ao papel higiênico.
GREVE
DOS BANCÁRIOS
Mais uma vez temos greve
dos bancários. Ruim para quem tem dinheiro, pior para quem está endividado.
Desta
feita os trabalhadores merecem apoio. O que os banqueiros fazem com seus
funcionários, nem Karl Marx poderia prever em sua Lei da Mais Valia.
O
setor bancário é o único segmento econômico que ganha muito dinheiro nos ciclos
virtuosos da economia e não menos nos ciclos viciosos. Ganha financiando a
dívida pública. Os juros pagos pelo governo ao setor bancário fazem falta ao
povo na farmácia popular, nas escolas, nos postos de saúde e nas estradas.
Não
bastasse, nos balanços, um percentual de seus créditos é lançado como provisão
para devedores duvidosos que são deduzidos do lucro bruto e, consequentemente
reduz o valor dos impostos a pagar.
Os
trabalhadores bancários estão em greve porque a Febraban quer reajustar os
salários em índices menores que a inflação do período, e já não agüentam
trabalhar sob pressão dos manuais, da eficiência, dos chefes e dos donos. Além
disso, querem também que os banqueiros cumpram itens relacionados à segurança no
trabalho, pois do jeito que a coisa anda neste sentido, trabalhar em banco é o
mesmo que trabalhar dentro de um barril de pólvora. A qualquer momento pode
explodir.
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